O SOLITÁRIO
Detesto tanto seguir como conduzir.
Obedecer? Não! E governar, nunca!
Aquele que não é terrível para si, não incute terror a ninguém.
E só aquele que inspira terror pode comandar os outros.
Já detesto guiar-me a mim próprio!
Gosto, como os animais das florestas e dos mares,
De me perder durante um bom tempo,
Acocorar-me, sonhando, em desertos encantadores,
De me chamar a mim mesmo, por fim, de longe,
E de me seduzir a mim mesmo.
A CANETA RABISCA
A caneta rabisca: que inferno!
Será que estou condenado a rabiscar?
Mas bravamente tomo meu tinteiro,
E escrevo em grandes ondas de tinta.
Que belos fluidos largos e cheios!
Como tudo o que faço tem êxito!
A escrita, é verdade, não está realmente nítida –
Que importa! Quem é que lê o que escrevo?
MORAL DA ESTRELA
Predestinada à tua órbita,
Que te importa, estrela, a escuridão?
Rola, bem-aventurada, através desse tempo!
Que a miséria te seja estranha e distante!
Ao mundo mais longínquo destinas tua claridade:
A piedade deve ser pecado para ti!
Admites uma única lei: ser pura.
(NIETZSCHE)
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