quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Amiga da Onça.


Certa vez caminhando pela mata encontrei uma onça presa a uma armadilha de algum caçador.

Mesmo com receio de que ela me machucasse eu me aproximei e soltei-a.

A onça ficou tão grata que me prometeu amizade; eu desconfiei, mas não ia ficar encucada com pensamentos negativos, não é mesmo?! Então confiei.

Andávamos juntas pela mata fazendo travessuras e aventuras.

Somente algo me incomodava: quando ela se via faminta, ela devorava todos até saciar sua fome.


No inicio eu não concordei com isso, pois se ela me prometera amizade era sinal de que possuía sentimentos e porque ser tão fria com os demais?!

Mas depois ela me convenceu e eu aceitei esta situação, afinal era a cadeia alimentar, era o seu instinto e eu não podia mudar isso. Eu até ajudei-a a pegar algumas de suas presas, por eu ser um ser humano, minhas habilidades com a mente e os braços me da a facilidade de criar armadilhas.

Ninguém ousava me machucar sabendo que eu era amiga da onça.


Certo dia a onça se viu faminta e sem ter o que comer.

Os dias foram se passando e sua fome aumentando.

Eu fiquei triste porque ela não estava podendo fazer o que queria e fiquei do seu lado.

De repente decidi cutucar a onça com uma vara curta, tentar mostrar a ela que esse modo de viver não era uma boa idéia e que eu não me sentia bem fazendo isso.

No instante seguinte ela nem me ouvira, me dera uma mordida e me levara um braço.

Fiquei surpresa. Eu não esperava por essa atitude, afinal seu sentimento deveria falar mais alto do que seu instinto: ela não podia ter me mordido.

Eu deveria imaginar que uma onça que tem o costume de devorar as pessoas, um dia iria me devorar também.


Então fui buscar uma satisfação e foi pior, ela se via totalmente certa: pois era seu instinto e eu sabendo disso ainda fui cutucá-la com uma varinha.

Nem ao menos obtive um pedido de desculpas porque ela tinha orgulho de tudo o que fazia.

Eu não sei o que ela sente de verdade.

Ela me disse que era minha amiga, mas no meu primeiro deslize ela me morde.

Ela me disse que ainda é minha amiga e que eu deveria confiar nela.

Ela me disse que ficou magoada por eu não confiar nela.

Mesmo que tudo fique bem, eu nunca mais terei meu braço de volta.


5 comentários:

Paixão disse...

Stezinhaaa =D)) diz:

tu faria oq no lugar da menina amiga da onça?
=** diz:

kkkkkkkkk
ficaria c a onça..
kkkkk
eu beijava a onça!""

=P

Pablo Barbosa. disse...

Toda metafórica não é dona Ester? Ótimo texto... Se houvesse um símbolo para aplausos ele estaria desenhado aqui....

Mais uma brasileira disse...

te entendo muie !! pode acreditar, mais relaxe com um tempo o braço cicatriza e vc aprende a sobreviver sem ele ! :*

Steres disse...

Cris, como sempre, quebrando paradigmas.
Pablo, gosto mto dos seus comentários.
Gut, nossas histórias são mesmo mto parecidas...
^^

Gerente da Budega disse...

Texto brilhante cheio de subjetividade...
mais é como Carol disse...
vc aprende a viver sem o braço, mais a mágoa que a amiga onça causou foi maior que o dano físico...
por isso é preciso ponderar nossos atos...

parabéns moçaa adoreiii
^^)

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