Eu estava lendo Clarice.
Ela me inspira de todas as formas.
Eu gosto da maneira como ela organiza suas palavras: eu me encontro nelas.
Não há o obscuro quando eu me encontro.
A tristeza não é um erro.
Eu a tenho utilizado para conhecer minhas limitações.
Tenho feito dela um recurso para meu autoconhecimento e para, enfim, superar meus defeitos.
A sensibilidade faz parte da minha essência.
O choro é em mim provocado por esse meu lado sensível.
Tudo o que faz parte da minha essência não é um erro.
Eu não sou um erro.
Talvez eu tenha tomado uma ou outra decisão equivocada (e eu tenho tomado decisões errôneas), mas nada que eu não possa remediar.
Tudo faz parte do meu aprendizado.
Esses dias eu estava vasculhando minhas coisas: encontrei uma série de recordações e, no meio delas, achei uma carta.
“Eu escrevi uma carta” – pensei lembrando-me do sentimento contido nela.
Eu havia esboçado em um papel palavras que almejei terem sido lidas.
No entanto, essa carta nunca foi entregue.
Foi o escrever mais solitário que obtive: escrever para um Alguém que estava ‘além-longe’ de mim.
É um escrever até mais solitário do que escrever para você mesmo – quando se escreve para si, a mensagem chega ao seu destino.
“Tantas foram as vezes que re-li esta mesma carta” – pensei novamente.
Re-li como se fosse possível de ser ouvida no instante da minha solidão.
Agora, essas palavras estão dentro do vazio do meu ser, guardadas dentro de um caixote junto a outras recordações.
O que eu faço com elas?
Esta lembrança ainda me é muito presente: lembro-me dela sem dor, mas com uma fina tristeza no plano de fundo da minha vida.
A vida segue...
A minha está seguindo: escrevendo, militando, cantando, dançando, bebendo, falando, falando muito, trocando umas idéias, mudando de opnião, fortalecendo meus argumentos e, principalmente, aprendendo.
Eu estava lendo Clarice, agora to lendo Clarice e Schopenhauer ^^
Militante Steh :D