As borboletas já não moram mais no meu estômago.
Eu não me entendo: eu deveria estar feliz e, no entanto, estou angustiada. Essa angústia é a vida me dando um pouco mais de liberdade e que eu estou com medo de receber. (STEPHANIE SASKYA)
Meus sonhos: eu nem sei o que eu fiz com eles...
Devem estar arquivados em algum canto por aqui (...) mas eu não os encontro.
- Cadê esses arquivos que eu não acho?
Como eu pude me esquecer deles?!
O que é uma vida sem objetivos, expectativas, esperança (...)?
Estou perdendo meu tempo aqui:
Vou indo atrás deles, antes que seja tarde demais.
Mas antes, Escute: Eu não quero outros sonhos, quero os meus de volta.
(Agora vá!)
Mas tudo o que se escreve é uma verdade latente. É que quando quero escrever algo eu invento um sentimento e sinto-o para dar realidade aos meus escritos. É uma espécie de ensaio e, sobre o palco das emoções: o figurino, o cenário vão surgindo e se transfigurando em um espetáculo. Bom ou ruim; quem sabe? Acaba que parte desse sentimento inventado se torna um pouco realidade.
Olhando daqui da janela do meu quarto, vejo que vou sentir saudades deste lugar. Lembro-me dos dias em que meus amigos e eu ficávamos nas janelas (cada qual em seu apartamento) conversando até tarde na noite. Chegamos a fazer um telefone feito de copos descartáveis e barbante que ligava de uma janela a outra.
A Talita dormia no quarto que fica de frente ao meu e nós conversávamos como se a diferença de idade entre nós não existisse. É disto que as pessoas precisam: ter um coração mais puro, que chegasse o mais próximo possível do coração de uma criança, dando-lhes a liberdade para brincar com telefones feitos de copos descartáveis e barbante.